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A Morte do Espírito Grinch de Natal

  • Foto do escritor: Especiarias Revista
    Especiarias Revista
  • 12 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de nov. de 2021


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Obra prima responsável pelo assassinato do Grinch.

Foto: Thaís Verderamis


Você já se aventurou no mundo da confeitaria? Se o seu nível for baixo como o meu, você vai se ver nesta história em algum momento, se não, levanta e vai tentar algo, eu espero.

Aqui começa a trágica história das sobremesas natalinas da minha casa. Meu pai amava quindim e eu solícita, pensei ‘vou fazer quindim para ele’. E aqui é onde tudo começa a dar errado, sim já.


A receita: 10 gemas, sobram 10 claras, porque não fazer também um suspiro? Não podemos estragar tudo isso de claras, antes eu tivesse, mas é melhor jogar fora antes ou depois de tentar salvar?


Já sabemos que o ovo é fundamental na confeitaria e em muitos doces, muitos mesmo, mas o que esperar de uma receita com tantas gemas assim? O meu pai esperou muito, coitado. Uma gema, outra, mais uma e assim começa o natal número 1. O dia estava lindo e a expectativa bem alta. Resumidamente, a receita consiste em untar a assadeira, misturar delicadamente as gemas, o leite de coco, o coco e o açúcar e colocar para assar, nada de mais, não é? É sim, o pior fica para o final.


Para ver se está pronto, precisa estar dourado por cima e ao espetar com um palitinho ou com uma faca, sair limpo. Nada muito complicado também, mas o trunfo está em esperar esfriar até ficar morno para desenformar, nem quente, nem frio. Como medir? A ansiedade não permite, desenformo fora da temperatura e? Desabamento total. Meu pai, tentando não desagradar, experimentou, mas a minha mãe jogou fora enquanto ninguém estava olhando. Ainda faltava o destino das claras, um suspiro, que também não deu certo, ficou murcho e grudou na forma. Eu deveria ter entendido que não era boa com quindins, muito menos com suspiros, porém não me dei por vencida.


No ano seguinte, adivinhem a sobremesa do menu? Pois é, de novo. Mais ovos e menos suspiros dessa vez. Antes do desfecho que já adianto, nada feliz, responsabilizo a minha irmã pelo fracasso. A ansiedade é inimiga da confeitaria, ou seja, temos alguns inimigos aqui em casa. O erro foi o mesmo, mas a artista a reproduzi-lo, foi a minha irmã. Meu pai, de novo, ficou sem quindim. Tudo bem, só dois natais e fizemos outras coisas mais simples para não desfalcar a sobremesa.


Depois disso, desenvolvi um espírito natalino culinário um tanto ‘Grinch’, eu sempre queria fazer as sobremesas (deixando claro que sou boa com alguns outros doces) mas até as que eu sabia e tinha experiência davam errado, no natal especificamente e com isso, o mau humor total.


Entretanto, o plot twist dos meus natais chegou. No natal do ano de 2020 eu cheguei com vontade de matar meu Grinch interior. E eu consegui e muito. Minha sobremesa (um delicioso bolo de chocolate com recheio de mouse de chocolate com morango) rendeu até elogios como ‘Nossa, se não estivesse tão feio, eu até diria que foi comprado de tão gostoso’ e quase acaba de uma vez, fora as marmitas para depois.


Ainda não pensei na minha sobremesa triunfal deste ano, mas haverá com certeza. E você foi fazer um docinho?


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A decoração icônica pouco promissora de um bolo confeitado. Foto: Thaís Verderamis



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Escrito por Thaís Verdaramis

Jornalista em formação, católica e chocólatra! Sou fascinada por livros de aventura e romance e não funciono sem música o tempo todo. Amo doramas clichês, cinema, cachorros, passar tempo com os amigos e minha casa é a corvinal!


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Projeto desenvolvido pelos alunos do 6° semestre de jornalismo, matriculados na disciplina de "Projeto Interdisciplinar: Revista Digital" da Universidade de Sorocaba. 

@Revistaespeciarias - 2021
Sorocaba/SP

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