top of page

Dezembro
2021

Capa referente a edição 01

Confira à "Carta ao leitor" e o "Editorial" desta edição
IMG_2614.JPG

Carta ao leitor

 

Olá, querido leitor!

Somos uma revista de sabor e afeto.


É como sentir o cheiro do pão quentinho que acaba de sair do fogão a lenha feito pela avó, ou então, relembrar a mesa cheia, em um típico almoço de domingo preparado com carinho pela mãe. 
Um alimento é muito mais que algo capaz de saciar a fome, ou então, de manter o corpo com energia, para aguentar um dia intenso da rotina. A comida também é uma intensa provocadora de sentimentos marcantes, de momentos, lugares e boas memórias.

Nesta edição, convidamos você, leitor, a uma viagem gastronômica pelas cidades da Região Metropolitana de Sorocaba. A cada leitura, histórias sobre a venda de alimentos, pratos tradicionais, exóticos e até mesmo tecnológicos serão contadas. Esperamos que você tenha uma conexão com nossas raízes culinárias e que sua memória afetiva seja desbloqueada.

 

Uma boa Especiarias pra você!

Escrito por Daniele Gonzales

Uma quase jornalista apaixonada pela comunicação. Adora viajar e registrar em fotos momentos especiais. Sua motivação como repórter é contar histórias e vivenciar transformações sociais. 

food-2853391.jpg

Editorial

E de quem é a culpa?

A pandemia do Coronavírus agravou o cenário da pobreza e consequentemente da fome. O consumo de carne vermelha, elemento comum no prato dos brasileiros, caiu proporcionalmente à medida que também despencou o poder de compra das famílias. Apesar do isolamento ser um dos fatores responsáveis, não é o único em relação à carne, a seca e a desvalorização do real têm sua participação.

Em Cuiabá, capital de Mato Grosso, filas são formadas em frente a um açougue em busca de doações de ossos. No Rio de Janeiro, a situação é semelhante, pessoas foram flagradas garimpando em caminhões, ossos, pele e gordura descartados por supermercados. Já em Florianópolis, devido a diminuição do consumo da carne, os açougues vendem os ossos. 

A pandemia que, aparentemente, não traria problemas para a pecuária, os trouxe. Segundo informações do Instituto de Economia Agrícola (IEA), o grande número de restaurantes que fecharam e que consumiam grande quantidade de carne de cortes traseiros (carne de primeira) mais o aumento da procura da população por cortes dianteiros (carne de segunda) pelo valor foi um dos agentes causadores do aumento do produto. 

Então, cortes menos procurados e utilizados por vezes para alimentar animais antes da pandemia como miúdos, pés e pescoço de galinha passaram a fazer parte da alimentação de muitas famílias, mas estes produtos também apresentaram alta. 

A seca é outro fator que desde 2020 vem contribuindo para a alta da carne e demais produtos básicos como o arroz, o feijão e o café. Os pastos precisam de chuva para alimentar os animais, devido à seca, é necessário complementar com rações a dieta dos animais, e mesmo assim, há diminuição de boi gordo para o abate, elevando o valor. 

Por fim, outro fator é a desvalorização do real, resultado de uma grande crise econômica que reflete diretamente na mesa e no prato dos mais pobres. Na pandemia, um projeto de lei foi criado para distribuição de um auxílio emergencial para brasileiros em vulnerabilidade. O valor das primeiras parcelas podia variar de R$600 a R$1.200, o valor da cesta básica era R$ 556. 

Em 2021, o auxílio emergencial foi reduzido para R$ 150, R$ 250 ou R$ 375 enquanto a cesta básica teve um aumento de quase 17%, passando para R$ 650, segundo o portal de notícias BBC News. Ao invés de acompanhar a alta dos produtos alimentícios, o governo diminuiu o valor a ser pago as famílias pela metade, sendo responsável pelo retrocesso do cenário da fome no Brasil. 

Segundo dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, 19 milhões de pessoas passam fome e 116,8 milhões de pessoas não têm alimento suficiente. O que novamente volta ao consumo de ossos, a população não tem o que comer e está em busca de sobreviver. Enquanto o governo, ao invés de amparar, empurra um pouco mais. Como dizia a cantora sertaneja Marília Mendonça “E de quem é a culpa?”.

Escrito por Thaís Verderamis

Jornalista em formação, católica, chocólatra e fascinada por livros de aventura e romance. Sou do tipo que não funciona sem ouvir música o tempo todo. Além disso, amo doramas clichês, cinema, cachorros, passar tempo com os amigos e minha casa é a corvinal! 

Editorial
bottom of page